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quinta-feira, 31 de janeiro de 2019

Retrospectiva Literária 2018


Depois de algum tempo a ler dois/três livros por ano, 2018 foi, sem dúvida, o ano em que fui uma consumidora ávida de livros. Bati todos os recordes. Acho que nem mesmo nos tempos de "Uma Aventura" li assim tantos livros num só ano. Talvez esta entrega à leitura não tenha acontecido por acaso, mas ainda bem que assim foi. Não me sinto mais ou menos inteligente em relação a A, B, C ou D, mas sinto-me mais rica enquanto pessoa. Há toda uma magia na entrega a um livro, que só mesmo um "livrólico" consegue perceber. Quando lemos de corpo e alma, vivemos aquela história, vivemos aqueles personagens, vivemos aquele ambiente/época, vivemos aqueles sentimentos, o que de um modo ou de outro nos pode ajudar a encarar situações do nosso dia-a-dia, a relativizar problemas, a encontrar novas perspectivas e a ampliar horizontes. Os livros dão-nos asas e acredito muito na capacidade que têm de nos moldar enquanto pessoas de forma bastante positiva. Viajar é óptimo, mas viajar sem sair do sofá não lhe fica atrás (sendo bem menos dispendioso!). Espero que este novo ano literário seja tão bom ou melhor do que 2018!

Dois mil e dezoito em livros

25 livros
2 +/- livros por mês
9.979 páginas no total
832 páginas por mês
684 páginas do livro mais longo que li

Melhor livro: "A Verdade sobre o caso Herry Quebert" de Jöel Dicker. Não podia ter acabado de melhor forma o percurso literário de 2018. Jöel Dicker foi uma excelente descoberta. Mal terminei o caso Quebert peguei logo no "O Livro dos Baltimore" do mesmo autor e o "Desaparecimento de Stephanie Mailer" será para ler em breve.
Pior livro: "O Sol de Tânger" de Christine Mangan. Foi das leituras mais aborrecidas que tive em mãos e não recomendo.

Para este ano, o desafio passa por conseguir ultrapassar o recorde de dois mil e dezoito e assim chegar aos trinta livros. A ver vamos. Também pretendo explorar novos autores e sair mais vezes do meu registo habitual: policial/thriller. Não sei se este será o ano de ler Lev Tolstoi, por exemplo, mas estes são alguns dos autores que pretendo explorar: Richard Zimbler, Carlos Ruiz Zafón, Julia Navarro, Kristin Hannah, entre outros. E claro, continuo a contar com vocês para esta partilha de opiniões e sugestões. Combinado?


sábado, 19 de janeiro de 2019

Vouga Trail


Eram sete da manhã e o despertador tocava. Estava quentinha, tinha o Pepe ao fundo da cama e ouvia a chuva a bater forte na janela do quarto. Tinha o meu livro "A Sombra do Vento" a cem páginas do fim mesmo ao meu lado na mesinha de cabeceira. Estavam reunidas todas as condições para dar parte de fraca e desistir do trail. Mas lá fui eu, a maldizer a minha vida, a perguntar porque me inscrevi e porque raio dou ouvidos a gente mais tolinha do que eu, mas fui.

Já na meta, tive a certeza que, de facto, inscrever-me neste trail não foi de todo a ideia mais iluminada de sempre. Não que ainda tivesse dúvidas, mas uma coisa é imaginar ai vai estar tanto frio, ai que vou levar com chuva da grossa, ai que as articulações nem vão aquecer e vou torcer um pé, ai que vou escorregar na lama e partir-me toda, outra é começar a sentir mesmo no corpo. Choveu o percurso tooooodo, ora mais miudinha ora mais forte, foram dezasseis quilómetros debaixo de chuva. 

Mas está feito. E agora que estou aqui, bem mais quentinha, completamente enrolada até ao pescoço na manta no conforto do sofá, penso e, apesar de toda a resmunguice e ratazanice aguda, não me arrependo nada de ter ido. Foi uma prova de muita força mental e no fim quase entrei em hipotermia, mas é mais uma experiência que levo comigo. O percurso é muito bonito, passámos pela Cascata da Cabreira, por exemplo, e por outros lugares igualmente bonitos que se não fosse este trail, provavelmente nunca iria conhecer. Depois, é aquele sabor bom da superação, de quem sai da zona de conforto. De qualquer forma, DUUUUUUVIDO que alguma vez me apanhem novamente num trail em pleno dia de Inverno. Frio? Ainda vá que não vá, mas chuva?? CREDO, senhores, CREDO!!

quinta-feira, 17 de janeiro de 2019

São Silvestre Cidade do Porto


Depois de temas fracturantes como a Primeira Grande Guerra dos Programas das Manhãs Portuguesas, aposto que estava tudo em pulgas para que voltasse ao tema das corridas, confessem. Vamos lá então!

Antes da São Silvestre no Porto (que já lá iremos), a última vez que tinha calçado as sapatilhas para ir correr tinha sido em Setembro, no terceiro trail organizado pelos escuteiros de Águeda. Foram dezanove quilómetros tão sofridos que devo ter ficado com um pós-trauma qualquer, o que me levou a deixar passar ao lado algumas provas durante o resto do ano, apesar da insistência dos meus parceiros de corrida. Não foram dores musculares nem falta de resistência como por vezes acontece, nem tão pouco cansaço, foi mesmo uma valente dor de burro que não me largou desde o terceiro quilómetro, mais coisa menos coisa, até ao último dos últimos. Foi horrível!!! Correr com aquele desconforto ali a latejar do lado direito da barriga é pura tortura, senhores, TOR-TU-RA. Os entendedores entenderão. No inicio, quando ainda era uma principiante, era frequente sentir essa dor mas era uma coisa de minutos e passava. Uma hora nisto? Quilómetros e quilómetros a fio?! Fónix, parecia macumba.

Macumba ou não, não podia continuar armada em cocó e a deixar-me dominar pelo fantasma da dor de burro, então, assim na loucura e cheia de confiança, inscrevi-me na São Silvestre do Porto marcada para a véspera de fim-de-ano. Sempre ouvi maravilhas desta corrida, cheguei a inscrever-me em 2017 mas acabei por não ir, pelo que não ia deixar passar mais um ano. Amigas, foi qualquer coisa de espectacular! E confesso que já tinha saudades da sensação de correr e de alcançar a meta.

Embora nos últimos tempos ande mais envolvida nos trails, foi pelas ruas da cidade que ganhei o gosto pela corrida. E correr no meio de plena Invicta à noite foi só lindo. Já tinha participado na São Silvestre de Aveiro, mas ESQUEÇAM, a do Porto dá quinze a zero. O espírito é totalmente diferente, já para não falar no percurso em si que é bem mais interessante e desafiante. Não sei se é por sermos centenas e centenas de participantes e ser ali entre o Natal e o fim-de-ano, em que as pessoas ainda estão com aquele sentimento mais especial e as ruas ainda espelham o brilho da época, mas esta prova conquistou-me por completo. O ambiente é mesmo incrível, tem mooooontes de gente nas ruas a puxar pelos corredores, muita animação e muita música, o que dá um boost enorme. A chegada ao túnel de Ceuta, já nos últimos quilómetros, foi para mim o ponto alto da prova. AC/DC a ecoar no máximo entre aquelas paredes, malta a dançar, cartazes motivadores, enfim... Épico! Foi sem duvida o meu combustível para dar aquele gás final e conseguir cumprir o objectivo que tinha estabelecido: terminar abaixo de uma hora (58', não idem vocês pensar que despachei aquilo em 35'). E não há nada melhor do que a sensação de cumprirmos os nossos objectivos pessoais.


Quero dar mais uma vez os meus sinceros parabéns à organização, porque não é fácil mobilizar tanta gente, e, mesmo assim, conseguem criar um ambiente fantástico. Foi a minha primeira São Silvestre no Porto e, se Deus Nosso Senhor quiser, não será a última. E vocês, minhas lontras preguiçosas, não deixem de participar! "Ah e tal mas eu não aguento correr cem metros quanto mais dez quilómetros!!!", pois que têm o ano toooooooodo para treinar e podem começar já amanhã, está bom? Não m'enervem.


terça-feira, 15 de janeiro de 2019

Um breve ponto de situação


Pessoas-fofinhas-que-ainda-se-dão-ao-trabalho-de-ler-este-blog, como vai essa saudinha? Tudo jóia? E como andam os ânimos decorridos os primeiros quinze dias do ano, hum? Tirando aquela que foi a Primeira Grande Guerra dos Programas das Manhãs Portuguesas que ficará para todo o sempre registada na História de Portugal a ser estudada, futuramente, nas aulas de história pelos nossos filhos/netos/bisnetos, parece-me tudo muito pacifico. Além do telefonema em directo do nosso Presidente da Republica a felicitar Cristina Ferreira pela estreia do seu programa, não estou a ver assim nenhum sururu de maior relevância para as nossas vidas. Nada contra, não comecem já a apedrejar-me, mas, minhas amigas, que há ali uma pontinha de show off a mais, há e não digam o contrário (e ninguém me tira da ideia que aquele telefonema para a RTP a dar apoio a Roberto Leal foi só para acalmar os ânimos e mostrar que não foi de todo intenção alimentar guerras). É isso e o "país e o mundo e o doce da Cristina". Oh Criiiiiiiisto, vem cá baixo ver isto!! Claro que o "Guigui" "aceitou" o desafio com todo o profissionalismo que lhe é sobejamente reconhecido. Que a senhora é um caso de sucesso é, bato-lhe palminhas e reconheço-lhe o mérito além de simpatizar muito com ela, mas, por favor, não percamos a noção, pode ser? Se ninguém lhe põe a mão, não tarda está a lançar um desafio ao Senhor Padre da Malveira para terminar a missa dominical com "em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Ide em paz e que a Cristina esteja convosco". Que ninguém lhe dê ideias.
Do outro lado, temos o Manuel Luís Goucha isolado e de rastos, segundo os órgãos de comunicação social, essas fontes de informação altamente fidedignas. Que a vida dele não está fácil, não está não senhor, já que a sua pupila lhe está a dar uma valente coça nas audiências. De nada lhe valeu ilustres convidados como Mário Machado e Alexandre Frota. O segundo nem chegou a aparecer e sem qualquer justificação para a mudança de planos na programação da TVI, o que revela, de facto, algum desespero em tentar conquistar audiência. Quanto ao primeiro, e politiquices à parte, não me sai da cabeça a questão "acha que faz falta um novo Salazar" e a resposta afirmativa. É que com o currículo dele e com um Salazar, o mais certo seria ainda estar fechado na masmorra, mas tuuuuuudo bem.
Dizia eu que o Goucha caiu a pique nas audiências e nem a bonitona da Maria Cerqueira Gomes lhe valeu para a desgraça não ser assim tão grande. A moça conquistou o lugar mais cobiçado da televisão, mas tadinha, não vai ter tarefa fácil, já para não falar que vai estar sempre sujeita a comparações com a anterior apresentadora. No que a trapos diz respeito, digo já que a Cristina Ferreira tem dado quinze a zero praticamente todos os dias. Frivolidades à parte, a Maria é simpática, tem boa imagem, parece humilde e penso que tem tudo para ir longe. Mas lá está, estará na sombra da Tinita ainda por muito e bom tempo.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2019

Isto, sem tirar nem pôr.

(preparem o chá e uns biscoitos ou umas pipocas, porque vem daí testamento...)

Primeiro post do ano. Perdoem-me, mas não deu para vir ao estaminé mais cedo. Agora, digam-me cá. Além daquele daquele discurso típico de cota, que o tempo passa a correr, que ainda ontem era 2010 e já estamos quase em 2020, que a vida são dois dias e rebéubéu pardais ao ninho, é suposto fazer um daqueles textos xpto, todos bonitinhos, com um resumé do ano que terminou e todo um sem-número de resoluções e desejos? Ok, então é assim... Numa primeira avaliação geral, diria que 2018 foi uma merda. Resoluções? Lamento, mas não tenho.

Pronto, podia ficar por aqui, mas não escrevo há muito tempo (pelo menos coisas assim mais sérias) e apetece-me abrir o coração. Dizia eu que 2018 foi uma merda. De facto, o ano que terminou não foi de todo um ano bom, não senhor. O anterior também não o foi, mas este último foi um abuso. Se tivesse de escolher uma palavra para caracterizá-lo, escolhia "provação". Ainda assim, parece-me uma palavra muito "pequenina" para descrever todo um forrobodó de cenas dos mal.

Além de ter sido o oficializar do fim do meu casamento (apesar de ter sido uma decisão consciente, não deixa de ser mau pelas mais variadas razões), também fui vitima de injúrias. Vivi uma autêntica novela, digamos assim, e passei por situações que jamais imaginei passar, o que me fez questionar tudo e todos, desconfiar até da própria sombra, já para não falar da instabilidade emocional (que já não estava muito boa por razões óbvias). A minha esperança na humanidade ficou reduzida a uma unha negra.

Como diz o outro "anda meio mundo a f*der outro meio mundo". Não falo apenas da minha situação, mas do que se vai vendo de uma forma em geral. As pessoas são más, maquiavélicas, cada vez mais interesseiras e desprovidas de valores, não olham a meios para atingir os fins e as suas capacidades de manipulação chegam a ser assustadoras. Pode parecer estúpido, principalmente falando assim muito por alto deste assunto, mas acreditem que pela primeira vez na vida senti receio de alguém.

Ainda assim, não consigo desejar mal a quem tanto mal me fez, o meu único desejo passa apenas e só pela verdade. Porque aquela coisa do "o que importa é ter a consciência tranquila" é muito bonita, mas na prática não é tão simples assim. Por mais que não se queira, fica sempre a moer cá dentro. Afinal, ninguém gosta de ser vitima de injustiça/difamação/mentira, principalmente, quando pessoas importantes para nós acabam por ser envolvidas e incomodadas. Assim, só desejo mesmo a verdade e talvez seja esse um dos grandes desejos para este ano, no entanto, não pretendo de todo viver em função disso e espero muito que o tempo continue a tornar tudo isto cada vez mais leve cá dentro.

Mas 2018 também teve as suas coisas boas e muito boas, não fiquem com a ideia de que foi só desgraças e más energias. Nem tudo é mau e uma vez que somos feitos de momentos, está nas nossas mãos tirar o melhor partido dos "bons" e (tentar) relativizar os "maus". Até porque o que não nos mata torna-nos mais fortes (muito cliché, mas muito verdadeiro) e mesmo quando não parece, quero acreditar que a vida conspira sempre a nosso favor.