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terça-feira, 19 de agosto de 2014

Ora então Djerba foi assim #2

Logo no primeiro dia fomos abordados por pessoal do hotel que, assim muito basicamente, queria cravar-nos mais dinheiro com a história das actividades. As opções eram muitas, ele era o Jetski, ele era a Caravane, ele era o Quad, ele era a ida ao deserto, ele era ir ver os crocodilos, golfinhos e mais uns bichanos quaisquer, ele era uma série de coisas para o pessoal se entreter.
Escolhemos duas actividades, a Caravane que fizemos no 5º dia (Sexta) e uma outra "cena fixe" que arranjámos por bom preço para fazer durante o dia de Quarta (3º dia por terras tunisinas). E é a tal "cena fixe" que tenho para partilhar hoje.

Nós tínhamos em mente sair da ilha para conhecer um pouco mais da Tunísia (e não ficar apenas esparramados na toalha a esturricar o pêlo) e gostávamos de ir, nomeadamente, ao deserto. Mas, não queríamos gastar dois dias nisso (para além de ficar mais caro), então, o rapazinho do hotel arranjou-nos o seguinte roteiro: ir ao lago salgado, a Tataouine, a Chenini e conhecer as casas trogloditas, ver um dos monumentos usados nas filmagens do filme "Star Wars", e na volta para a ilha ainda passávamos por Medenine, tudo de jipe e com um guia.

E assim foi. A primeira paragem foi para ver o lago salgado que se encontra seco a maior parte do ano, e foi assim mesmo que o encontrámos. Dizem que foi lá que nasceu a deusa Atena, se é verdade ou não, não me perguntem que não percebo nada de deusas e deuses.

Do lago salgado fomos até às dunas do deserto e bemmmm, adorei aquela entrada de jipe à el matador, parecia que estava no rally Dakar. Éramos só nós e a areia quando de repente aparecem mais quatro ou cinco jipes com turistas para visitar o local. E a areia (que é a única coisa que tem para ver mesmo)? Tão fiiiiniiiiiiinha e tãoooo fooooofaa (parecia farinha). E aquela cor quente, linda, linda? Gostei muito. Mas giro, mesmo giro, giro, foi ter aparecido um miúdo do nada, que devia ter os seus seis anitos, com um camaleão na mão (NOJOOOOOO!) e a pedir 1 dinar para tirar uma foto com ele e o dito cujo. E esta, hein? Mal sabia ele que tenho pavor de repteis e, no máximo, dava-lhe 1 dinar ou até 2, ou 3 para que desaparecesse com ele dali.

Depois, seguimos em direcção a Tataouine e digo-vos uma coisa, fiquei escandalizada. Tanto pelo aspecto das ruas com bastante lixo espalhado pelo chão, como pelo aspecto dos carros a cair de podres, como pelas casas quase todas inacabadas *, até mesmo as próprias pessoas. Desculpem-me o desabafo, mas parecia que a imundice pairava no ar. Enfim... É nestas horas que damos valor ao Portugal que temos (apesar de todos os ses).

Terminada a visita a Tataouine, seguimos para Chenini e adorei. No caminho as paisagens eram maravilhosas e gostei imenso de conhecer as ditas casas trogloditas (como já vos disse, são casas enfiadas nas rochas das montanhas). Mas fiquei igualmente escandalizada por existirem alminhas capazes de viver em sítios como aquele. Até a própria água só há seis meses é que chegou à aldeia, vejam bem. E o cúmulo mesmo foi saber que para eles Tataouine era como se fosse Nova Iorque (aí o meu queixo caiu de vez). Se viessem a Portugal será que iam sentir-se no Dubai?
São pessoas que simplesmente pararam no tempo, pouco ou nada mais conhecem, mas são felizes com o pouco que têm e é o que realmente importa.

Na volta para a ilha, passámos por Medenine e aí deu para ver as tais cabeças de animais penduradas fora dos talhos que já me tinham falado. É nojento de facto.

Foi um dia em cheio, ficam as fotos:

A primeira paragem no lago salgado.



A caminho das dunas do deserto.



Areia, areia e mais areia.



A terceira paragem por Tataouine.


Diz que é uma estação de serviço (oi?!).

Vêem como se escreve "stop" em árabe? Depois não digam que não aprendem nada comigo.

Um dos muitos veículos a cair de podre (só para verem que não minto).



Combustível à venda.

Já a caminho de Chenini eram estas as vistas.

Não parece, mas é um cemitério. Não se sabe quem é quem só se distinguem os homens (2 pedras ao alto) das mulheres (3 pedras ao alto). 

Estão de veste cor-de-rosa, logo, são mulheres casadas.

A seguir o "troglodita" (se mora numa casa troglodita posso sentir-me na liberdade de o tratar assim, não posso?).

A entrada de uma das casas trogloditas.



As casas são pequeninas mas em compensação as chaves são enormes.

O interior, bastante acolhedor (ou não).








A última paragem, no momento onde se realizaram algumas das filmagens do "Star Wars".







Paisagem do regresso.

Uma pequena paragem só para a foto.





*Ao que parece, o facto da maioria das casas estarem por acabar tem uma razão de ser. Segundo nos explicaram, só pagam imposto pela casa se estiver terminada, caso contrário, não pagam. Daí termos visto imensas casas metade acabadas e metade em tijolo. Chamem-lhes burros.

Se se portarem bem amanhã mostro-vos as fotos do dia da Caravane.
24-09-2013 15-51-22

8 comentários:

  1. Adorei as fotos!
    É uma realidade bem diferente, gostei principalmente do tamanho das chaves, coitados, imagino o tamanho do porta chaves eheheh
    Beijinho*

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  2. fiquei mais convencida. bonitas fotos. mas porque levaste tu a cesta da praia?

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  3. Gata, e a maneira como tu te vestiste, o que achaste da reacção deles? "Acolhem" facilmente os turistas no que diz respeito a esse aspecto?

    Mariana

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    1. Por acaso, no caminho para lá, falei disso com o Baby tipo "será que me vão olhar de lado?", "será que me vão raptar?", "será que me vão apedrejar?", mas não, nada disso. Nada de olhares, nada de bocas, tudo muito tranquilo.
      Eles devem perceber logo que somos estrangeiros e também já devem estar mais do que habituados.

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  4. sabes, acho que me criaste o bichinho de conhecer Djerba. As fotos sao magnificas e fiquei a saber que se vestem de rosa quando são casadas! Fico aguardar mais :)

    Portuguese Girl with American Dreams
    http://fromportugaltonyc.blogspot.pt/

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  5. Muito giro! Achei piada ao pormenor das chaves :P

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  6. ir com esses chanatos para o "deserto" era coisa para me deixar a meio de um ataque de pânico.
    Seres rastejantes entre outros, cruz caredo.

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  7. Também já fui a Tunísia e fiz um percurso muito mas muito semelhante com o seu. Fico de boca aberta em como as coisas não mudaram nada em 8anos.

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