Esta transição de mês foi trágica, pelo menos, para algumas famílias. Um novo mês pede novos começos, novas vontades, novas oportunidades, mas, para alguns, não passou do fim. O fim de tudo.
Comecei o dia um de Maio com a noticia de um acidente, perto da minha zona, que vitimou quatro pessoas e um cão. Daqueles acidentes que nos levam a pensar nos ses. Que se isto, nada disto teria acontecido. Se aquilo, tudo seria evitado. Ses que não passam disso mesmo, ses.
Basicamente, duas pessoas e um cão foram atropeladas por uma mota, ao tentarem atravessar uma estrada onde é completamente proibida a circulação de pessoas. Porque era mais fácil atravessar aquela estrada que, há algum tempo, divide a aldeia, ao invés de andar quilómetros para chegar ao destino, porque era uma canseira, porque dava trabalho, porque o diabo assim quis. Costuma-se dizer que do longe se faz o perto. Neste caso, do perto se fez o longe. O muito longe.
De uma atitude, nitidamente, inconsciente e, até mesmo, suicida, quatro pessoas perderam as suas vidas. Quatro pessoas e um cão que permaneceu junto ao corpo do dono, seguro pela trela e também sem vida. E é isto que me leva a pensar que há mesmo "horas do diabo". Como se algo nos atraísse a fazer o errado e a cair em desgraça. Como se uma força maior se apoderasse de nós e nos desviasse para o lado errado.
Sábado de manhã, foi a noticia da morte dos cinco peregrinos que rumavam até Fátima. Mais uma vez, uma atitude inconsciente por parte do condutor do carro, que ceifou a vida a inocentes. A pessoas que seguiam as suas vidas com fé e esperança e, provavelmente (ou não), com promessas para cumprir ou, simplesmente, à procura de uma luz. E, mais uma vez, há "horas do diabo". Mais uma vez, a vida mostra-nos como pode ser irónica. Pessoas que vão com fé, seja em Deus, seja na Nossa Senhora de Fátima, que vão em sacrifício, em busca de algo positivo de acordo com o que os motiva, que caminham com esperança, vêem as suas vidas terminadas ali, a meio do caminho para Fátima. É, precisamente, essa mesma fé e esperança que os atraiçoa, se é que assim posso dizer. Há algo mais irónico que isto?
Quando somos confrontados com casos como este, surgem imensas questões, principalmente, nas mentes dos mais católicos: porque é que Deus quis que assim fosse? Porque é que Deus quis que aqueles peregrinos estivessem ali, naquele local, à hora errada? Porque é que aquele carro não se despistou sozinho, sem roubar a vida a inocentes?
Porque é a chamada "hora do diabo"?
Porque é o destino?
E afinal, quem traça o nosso destino?
Quando somos confrontados com casos como este, surgem imensas questões, principalmente, nas mentes dos mais católicos: porque é que Deus quis que assim fosse? Porque é que Deus quis que aqueles peregrinos estivessem ali, naquele local, à hora errada? Porque é que aquele carro não se despistou sozinho, sem roubar a vida a inocentes?
Porque é a chamada "hora do diabo"?
Porque é o destino?
E afinal, quem traça o nosso destino?
Na mesma manhã de sábado, soube de outra noticia que foi como que um balde de água fria pela cabeça abaixo. Um rapaz de 25 anos de idade, irmão de uma amiga minha e antiga colega de escola, e com o qual tive oportunidade de conviver durante a sua passagem pelo grupo de jovens da paróquia, teve um acidente de carro na noite de quinta para sexta-feira que foi fatal. Causas do acidente ainda não sei ao certo. Independentemente de tudo, comportamento inconsciente, vitima da inconsciência alheia ou, simplesmente, obra do destino, foi mais uma vida que partiu demasiado cedo e nunca estamos preparados para tal. Mas, Deus quis que assim fosse.
Amanhã, é o funeral e sinto uma angústia enorme só de imaginar a dor daquela família. Mas lá estarei para dar o último adeus.
Amanhã, é o funeral e sinto uma angústia enorme só de imaginar a dor daquela família. Mas lá estarei para dar o último adeus.
