"Flor de estufa". Eu!

Iniciámos aqui, na empresa, uma pequena formação de "Gestão de Reclamações/Conflitos" e está a ser uma grandessíssima seca. Mentira, mentira, mentira, para já, tem o seu "quê" de interessante e acho o tema bastante oportuno (embora não deixe de bocejar quando chega a parte da teoria). Mas esta formação mais parece um teste à nossa personalidade do que, propriamente, outra coisa. E a formadora? Credo, parece mesmo uma daquelas criaturas que nos lêem a alma através do olhar e despem-nos ali, perante tudo e todos (sentiram o arrepio?).

Começámos a formação por responder a uma série de questões e, ao que parece, a formadora iria traçar o nosso perfil a partir das nossas respostas e dar a respectiva formação com base nas características de cada um.

Ontem, foi a minha vez de ler alto e bom som as minhas respostas. Ainda nem tinha começado e parece que já me estava a sentir inspeccionada de alto a baixo. Parece que os nossos gestos dizem muito de nós. E o olhar, que é o espelho da nossa alma e nunca engana.

Pois que mal tinha começado e a formadora vai e pergunta "a Bruna é uma flor de estufa, não é?". E eu fiquei ali sem saber muito bem o que dizer. É verdade que eu sou a delicadeza em pessoa, mas...flor de estufa? Nunca tinha pensado nisso.

Fui para casa a matutar no assunto e, analisando bem a coisa, o termo até que se aplica bem na minha pessoa. Para além de delicada, sou sensível e tenho as minhas fragilidades. Funciono muito com o coração e não com a cabeça, daí algumas desilusões passadas. E emociono-me muito facilmente. Ainda ontem, fiquei de olhos em água ao ver nas noticias a participação do menino Owen Howkins, que sofre de uma doença genética rara, na maratona de Lisboa. Ver o esforço daquela madrasta em proporcionar grandes momentos ao menino, emocionou-me. Ver histórias de vida absolutamente impressionantes (tanto para o bom como para o mau), emociona-me.Ver reportagens sobre os sem-abrigo ou sobre qualquer outro tipo de dificuldade social, emociona-me. Ver animais abandonados pelas ruas sujeitos a serem atropelados, emociona-me. Até uma mera cena de novela assim mais a puxar ao sentimento, emociona-me. Resumindo e concluindo, emociono-me por tudo e por nada. É por estas e por outras que o termo "flor de estufa" até que encaixou na perfeição.

Depois, também tenho as minhas fragilidades, fruto do meu ainda curto percurso de vida. Costumo dizer que ninguém é assim, assado ou cozido do nada. Aquilo que somos hoje está explicado no nosso passado. Nas nossas vivências. Na nossa história. Se calhar até podia ser uma pessoa mais forte (no caso das fragilidades) e uma pessoa mais indiferente (no caso das emoções), caso não tivesse passado por isto, aquilo e aqueloutro. Mas sou assim. Cabe-nos a nós saber gerir pontos fortes e fracos. Reconhecê-los já é um bom caminho para isso. E eu bem sei que a fragilidade, muitas vezes, não joga a meu favor. Acompanhada pela ingenuidade, então, pior ainda. Enfim, acho que já confessei por aqui o facto de ter uma costela meia...toto.

Agora, estou ansiosa por conhecer o meu perfil completo aos olhos da formadora. A ver vamos. Se não disser que sou pessoa com tendências homicidas já é uma sorte. O informático que, neste momento, tem o meu preciso HP em mãos bem pode respirar de alivio. Caso contrário...

P.S: Pois é, estou há dois dias sem portátil e já me sinto a ressacar. BAAAAAAHHHHHHHHH!!!