Running Shoes | Agora é que vai ser arrancar alcatrão

Isto das sapatilhas de corrida não parece, mas tem muito que se lhe diga. Serem mega giras não chega e é preciso ter em conta uma data de factores na hora de investir, nomeadamente: marca, modelo, tipo de passada, peso (quanto maior o peso, maior capacidade de amortecimento devem ter as sapatilhas), ritmo, terreno (em terra batida, maior tração na sola, em estrada, maior amortecimento), amortização (intimamente relacionada com o peso e o terreno), durabilidade, preço, etc, etc.
A oferta é mais que muita, mas é muito importante que saibamos escolher tendo em conta as nossas necessidades, tudo de maneira a evitar indesejáveis lesões futuras nos joelhos, tornozelos ou até mesmo na coluna.

Nisto, e para quem quer levar as corridas mais a sério, fazer o teste da passada é fundamental. Este teste permite definir qual a sapatilha mais adequada tendo em conta a forma como assentamos o pé no chão evitando, assim, as tais lesões.

Tendo em conta as características anatómicas, cada pessoa pisa o chão de uma determinada forma, sendo possível identificar três tipos de passada diferentes: a neutra - o impacto é mais uniforme (o desgaste da sapatilha também) havendo mais estabilidade e maior equilíbrio nas forças de pressão das articulações -, a pronadora (comum nas pessoas com o "pé chato") - ao apoiar o pé tende a inclinar-se para dentro (mais desgaste na parte interna da sapatilha) - e a supinadora - no apoio o pé tende a inclinar para fora (a sapatilha desgasta-se mais na parte externa).

Ora, desculpem a minha ignorância, mas eu desconhecia tudo isto até começar a sentir na pele (é mais ou menos aquela coisa do "quando a cabeça não tem juízo o corpo é que paga"). Só há uns meses para cá é que comecei a dar-lhe forte nas corridas e foi quando surgiram as primeiras dores (canelites) que dei comigo a procurar por saber mais sobre o assunto. Conhecidas as possíveis causas desta lesão não hesitei em querer fazer o dito teste da passada e perceber até que ponto estaria a usar o calçado adequado. Só consegui fazê-lo este fim-de-semana. A Sport Zone de Aveiro deixou de fazer pelo que o local mais perto seria no Porto e não estava fácil surgir uma oportunidade. Mas está feito.

Os pezinhos de princesa (mas pouco) aqui da vossa gata são completamente neutros do tipo "neutro mais neutro não há". Os modelos mais adequados serão, naturalmente, os neutros e o funcionário da loja aconselhou-me logo o Vomero +10 e o Pegasus +32 da Nike.

Uma vez que não tinha qualquer instabilidade a correr e que as sapatilhas que tenho usado são "neutras", mostrei uma foto ao funcionário para perceber qual seria o problema das ditas cujas. E o problema é que as minhas sapatilhas não têm ponta de amortização (são daquelas flexíveis e levezinhas) pelo que não atenua o impacto da corrida nas articulações. O que tem toda a lógica. Correr multiplica o impacto do peso do nosso corpo umas 5 vezes mais (mais coisa menos coisa). Ou seja, em cada passada verifica-se uma carga cinco vezes superior ao peso do nosso corpo em cima das nossas articulações, pelo que as sapatilhas devem ajudar a minimizar o efeito desse impacto. Conclusão? Andei, este tempo todo, a massacrar as minhas pobres articulações com uns duzentos e tal quilos em cima. Tóiiinnnnn!! A origem das canelites e da lesão no tornozelo que fiz na semana passada está explicada (imaginem só o impacto nas articulações de uma descida longa e completamente a pique, sem qualquer amortecimento...sem comentários Bruna Maria!).

Hesitei, porque não me estava nada a apetecer gastar 100€ numas sapatilhas (logo agora que andava a pensar comprar o Polar M400), mas tinha mesmo de ser. Além disso, e se formos a ver com olhos de ver, acabou por não ser um gasto mas sim um investimento na saúde. Gosto de correr e correr só faz bem, mas convém fazê-lo de forma consciente.

E proooooonto, foi assim que lá vieram comigo estas Pegasus lindonas da Nike e agora é que vai ser verem-me a arrancar alcatrão estrada fora, wuuuaahhhhhhh!

Nike - Pegasus +32 109,90€

Coisinhas importantes a reter?

1- Não comprar apenas por questões estéticas, de moda ou pela marca;

2- Fazer o teste da passada (OBRIGATÓRIO);

3- Não hesitar em apostar numa boa sapatilha. Pensem que será sempre um investimento na saúde e de certeza que há muito por onde poupar (menos um café, menos um lanche na esplanada, menos uns copos no bar da esquina, menos uns trapos, menos um batom...). É tudo uma questão de prioridades.

4- #stayactive;

5- #keeptraning.

:D


P.S.: Estas sapatilhas, bem como outros artigos de running, estão com 30% de desconto em cartão (só não sei até quando). Se estão a precisar é de aproveitar!