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quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Mas...a ideia era lamentar a vida de emigrante do filho ou fazer publicidade à festinha de casamento?!


Dúvidas, dúvidas, muitas dúvidas. E atenção! Não pretendo vir falar de politica, porque trata-se de um tema demasiado "bicudo", se é que me faço entender, e não quero ver ninguém aqui à chapada e a arrancar cabelos. Paz (pás, pás, pás) e amor é tudo o que nós precisamos.
Mas...independentemente de politiquices e respectivos partidos, o que me têm a dizer deste hilariante momento do almoço-comício dos socialistas? Assim, e muito de repente, só me ocorre dizer que se fosse eu àquela mãe cavava um buraco e enterrava-me (azar do filho que está lá longe e não teve o prazer de assistir à figuraça da sua mummy). Aiiiii não, os ÓCULOS!! Os óculos sempre ajudam a "encarar" as pessoas, mesmo que seja para dizer...nada. Não sei se estava muito sol, se era dos flashs dos fotógrafos, se era para esconder a ressaca da grande festança do casório ou se faz parte da pose "à tia de Cascais", mas, talvez (taaaaalvez), conseguisse um bocadinho mais de credibilidade caso tivesse tido o bom senso e a boa educação de falar para o publico olhos-nos-olhos e não de óculos na cara que, por acaso, até são todos kiki's (bonitos, vá), valha-nos isso.
Pondo de parte a facadinha no código de ética desta mãe revoltada, passemos ao discurso... Discurso esse que, ainda hoje, não percebo bem qual seria o seu objectivo: se lamentar a vida de emigrante do filho ou se dizer à boca cheia para todo o mundo ouvir que o casamento do seu rebento tinha sido na famosa Quinta das Torres.
Que fique desde já esclarecido que, tendo a sorte de não saber o que é ser emigrante, imagino que não sejam vidas fáceis e que suportar a distância e a saudade deve ser o sofrimento de todos os dias. Mas não falo daqueles que emigram por opção própria - tal como esta mãe (revoltadíssima!!) já veio a público dizer que o filho foi para a China por opção e não por falta de dinheiro - e que têm a possibilidade de pagar um casamento que anda à volta de 150€ por pessoa, fora todos os extras. Falo daqueles que são OBRIGADOS a partir para o mundo com uma mão à frente e outra atrás, em busca de um futuro melhor. Falo daqueles que não têm o apoio de pais ricos, caso seja necessário. Falo daqueles que têm de trabalhar horas e horas, fazer das suas vidas casa-trabalho-trabalho-casa, para conseguirem pagar as suas despesas e ainda juntar uma ninharia. Falo daqueles que, muitas vezes, não conseguem passar o Natal junto das famílias e nem um bacalhau têm para reconfortar a alma. Falo dos que estão longe para sobreviver, não para viver.
Na minha sincera opinião, esta mãe revoltada queria tanto falar do problema da emigração que acabou por gozar na cara daqueles que emigram realmente por necessidade e para sua sobrevivência. E mais! Será que só houve emigração neste último mandato do actual governo?! A sério, expliquem-me como se eu fosse muito burra. A emigração não vem de há muito tempo? Desde sempre, eu diria. Não houve emigração nos governos do PS? Mais uma vez alerto: não estou aqui a defender partidos, porque, PS ou PSD, a merda é a mesma só muda o cheiro. É só mesmo por uma questão de bom senso. E, raismaspartam, mas este fanatismo de pessoas que parecem ter palas nos olhos dá-me náuseas. Enfim. Como diz o outro "calado és um poeta".
24-09-2013 15-51-22

19 comentários:

  1. Aiiii Gata eu teria ficado tão bem na ignorância de não saber da existência deste vídeo... Que vergonha alheia!

    http://entreosmeusdias.blogspot.pt

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  2. Concordo contigo Gata... Eu vi o vídeo através da internet, aqui na Suíça e estou cá pelas razões que enumeraste, e não faço ideia do que passou pela cabeça da senhora... mas não falou pelos emigrantes, não dos que emigram por necessidade, de todo!

    Beijinho

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  3. Realmente a senhora caladinha estava melhor e verdade seja dita até eu fiquei envergonhada com tal coisa e não tenho nada a ver com o assunto

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  4. Quanto ao vídeo realmente é lamentável. Agora em relação à emigração é claro que sempre existiu, mas para encontrar números equivalentes aos últimos anos é preciso recuar às décadas de 60 e 70...

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  5. Gata infelizmente a emigração não é de agora. O meu pai já é emigrante há 15 anos, e os meus avós também foram (nas décadas de 60/70/80). Não vem de agora, a emigração sempre existiu mas na nossa geração há mais gente a emigrar porque a verdade é que as remunerações em Portugal são baixíssimas e não dão para construir uma vida estável. Tenho amigos meus com a tua idade (25/26) licenciados e alguns com mestrado a ganhar pouco mais que o ordenado mínimo, isso é completamente impensável.
    Mas sinceramente não vai ser com o PS que isto vai mudar, porque ou muito me engano ou se eles assumirem o poder isto ainda piora.
    Beijinhos :)

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  6. Depois do ridículo que será o resultado das eleições este vídeo ridículo sonmoatra que o português em geral reclama manifesta mas n faz nada, nada para mudar o que estiver ao seu alcance.
    Alguém que diga a está senhora que isto n é a reunião do condomínio privado onde mora ou da quinta onde o filho (que pela conversa tem mesmo muitas dificuldades) deu o nó.
    Ridículo, boa partilha de palavras Gata.
    Carolina Melo

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  7. A intenção da dita senhora era boa mas, lá está, de boas intenções.... Concordo quando diz que há uma grande diferença entre quem emigra porque quer e quem emigra porque a isso é obrigado... E não sendo a emigração um caso de agora, o certo é que nos últimos 4/5 anos a emigração aumentou exponencialmente, principalmente na classe mais jovem e licenciada...é um facto, os números confirmam-no e eu sou um exemplo disso também... e custa, custa muito, todos os dias... Politiquices à parte, não posso deixar de sentir raiva deste governo e muito menos deixar de o culpar...acho que tenho esse direito, a mágoa permite-mo. Só quem passa por elas é que sabe.

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  8. Muito bom Gata! Subscrevo cada linha...

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  9. Gata a grande diferença é que a emigração no nosso pais era feita por pessoas sem estudos ou qualificações que no nosso pais só tinham acesso a trabalhos muito precários e rendimentos muito baixos, não era feita por licenciados como agora se verifica porque pessoas qualificadas e com estudos sempre tiveram empregos no nosso pais e não era a ganhar o ordenado minimo como agora nos oferecem....

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  10. Quem dera a muito boa gente ter o casamento que o filho deste senhora teve! Que falta de noção de facto... E tens toda a razão, olhando para os números de imigração permanente (ine.pt) é óbvio que não é de agora.

    Uma palavrinha ao anónimo: Eu sou "qualificada" (para as estatisticas pelo menos, tenho mestrado) e emigrei. Emigrei porque tive uma proposta interessante em Londres, durante o governo PS (!). Quando me fartei voltei e arranjei cá uma emprego que me pagava bem (>>SMN). Tenho N amigos emigrados por opção, num mundo globalizado só têm a ganhar com a experiência, e voltarão quando quiserem. Há saudades? Claro, mas faz parte do pacote. Não dramatizo as situações porque no final do dia são escolhas, cada um faz a que melhor o deixa dentro das possíveis.

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    1. ora enquandro-me perfeitamente neste quadro :)

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    2. Pois catarina, eu também sou qualificada "pelo menos até ver" (licenciatura de 5 anos e membro efectivo da ordem dos eng.), ganho um pouco acima do ordenado minimo e também não emigrei.....mas tenho familiares quaificados nomeadamente enfermeira no quadro do hospital Amadoora-Sintra e professora afectiva no quadro zona em que os maridoa de ambas sendo inqualificados(9º ano mal feito) acharam que estavam mal no nosso pais porque ganhavam pouco acima do ordenado minimo e levaram as mulheres a deixar os empregos no estado, seguros, com bom ordenado para emigrarem......Nem todos emigram por necessidade e este é um caso mas se os ouvir a culpa é do anterior governo.....

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    3. Eu em todos os casos que conheço (que são muitos) emigraram por necessidade mesmo, a maior parte licenciados e desempregados sem qualquer esperança de algum dia terem a oportunidade de trabalharem no próprio País.
      Eu neste momento estou bem, mas nunca se sabe o dia de amanhã, é assustador como a emigração tem aumentado nos últimos tempos. É preciso não esquecer todos os que saíram do País apenas porque nunca tiveram uma oportunidade que fosse aqui... Estarmos a desvalorizar o grande aumento da emigração é para mim desrespeitar todos os que emigraram por falta de alternativa. Mas isto sou eu que o digo, sei bem que a maior parte das pessoas não é como eu e não está nada preocupada, até que um dia o desemprego lhes bata à porta...

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    4. Eu tenho uns 15 primos licenciados - dos quais 2 estão empregados na área cá, uma desempregada cá e os restantes emigraram para poderem ter trabalho. Alguns entretanto conseguiram um trabalho lá na área deles mas emigraram em primeira instância por necessidade e para fazer o que fosse.

      Eu estou a acabar o meu mestrado, estou a fazê-lo porque em Inglaterra querem pessoas com essa licenciatura+mestrado - em Portugal fazem falta pessoas com a minha especialidade no Estado (serviços de saúde), no entanto, por algum motivo não nos empregam de forma estável.

      Por isso, pelo que vejo à minha volta (e nem vos falei de amigos que tenho emigrados um pouco por todo o mundo -desde Japão, Alemanha, França, etc) as pessoas com estudos superiores estão a emigrar para não acabarem numa caixa de supermercado* a receber o OMN ou até menos e com contratos a termo...

      * Não tenho nada contra trabalhar numa caixa de supermercado, nem nas limpezas, nem em nada mas é extremamente frustrante dedicar tanto tempo a estudar numa área para acabar a fazer algo que se pode fazer ser isso. Além disso, falando por mim, para ser empregada doméstica eu não ficaria em Portugal a ganhar o OMN - com sorte - o que fazia era emigrar pois lá fora ganha-se muito bem - pelo menos o suficiente para manter uma casa, um carro, o marido e 2 filhos, assim como toda a sua alimentação e necessidades básicas.
      Os meus pais são ex-emigrantes e quando trabalharam fora do país o ordenado do meu pai foi colocado de parte e era com o ordenado da minha mãe que vivíamos (e nunca nos privaram de nada que fosse para saúde, educação ou bens essenciais)...

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  11. Não poderia ter dito melhor. Às vezes, apetece-me pegar nestas criaturas e dar duas estaladas na cara. Independentemente da situação financeira de cada um, esta afetação e estes trejeitos de mulherzinha sem educação e qualquer senso de justiça social, mete-me nojo.

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  12. o que eu me ri com a "pedantice" desta senhora. Ve-se de longe que è uma tiazoca qq. È que eu n fiquei com pena nenhuma.. era suposto??? a

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  13. Digo uma coisa Gata.. Sou emigrante desde o ano passado, por opcao e porque queria ganhar mais (sou ambiciosa pronto! :D) e nao custa assim tanto.. depende com que espirito è que a pessoa vem e obviamente para onde.. eu estou ca desde novembro e ja fui a portugal 3 vezes.. e so n vou mais porque agora vamos ali dar a voltinha a Paris. E que mais? estou a adorar! posso trabalhar, faezr compras, viajar e ainda poupar dinheiro :D. Ok, as saudades Às vezes sao muitas mas quer dizer.. eu que sou de Lisboa, se tivesse a viver em Braganca.. era quase a mesma coisa! hoje em dia eu ligo com a mesma velocidade aos meus pais e maioria dos amigos pela internet como faria em Portigal... e mais! jà me recenseei e votei. Destesto ler coisas de pessoas que estao em Portugal e nao tem o minimo interesse. enfim... nao foi essa a educacao que me deram :) p.s. malditos teclados sem acentos!!

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  14. Concordo contigo!
    Já nos segues? Se ainda não, gostávamos muito que te tornasses nossa seguidora para não perderes pitada do que vamos publicando: http://blogmacaecanela.blogspot.pt/

    Beijinho e bom fim-de-semana,
    Maçã e Canela

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