Velocidade Furiosa 7: See You Again

Sou uma fã assumida do filme "Velocidade Furiosa". Nenhum me escapou, devorei-os a todos, mas ainda assim, ando a ver se arranjo um sábado ou domingo para revê-los de novo, do primeiro ao último, tim-tim por tim-tim. Isso mesmo, vai ser um dia inteiro de rabo espetado no sofá (a enfardar pipocas, de preferência) e colada à televisão. Uma verdadeira maratona de Fast and the Furious, mas como se costuma dizer, quem corre por gosto não cansa. E o que eu gosto disto? Milhões mesmo. Gosto de carros, gosto de velocidade, gosto da adrenalina das corridas ilegais, dos drifts e das derrapagens a modos que a desafiar a morte (tolinha, eu?). Como é que eu podia não gostar desta saga? Não podia. E sim, tenho uma costela meia tunning, confesso. Mas atenção, tunning e não xunning, é que são coisinhas bem diferentes, não confundir, sim?

Quando soube do acidente que vitimou Paul Walker não pude deixar de sentir um valente murro no estômago, e pensar como a vida é irónica. Não que me fosse próximo, porque não era, obviamente, mas acho que qualquer pessoa minimamente humana e sensível não fica indiferente a noticias como a morte de uma pessoa.
Nunca perdi ninguém que me fosse muito próximo, pelo que nunca senti a verdadeira dor da perda (perdas há muitas, mas umas mais que outras). A dor de saber que nunca mais vou ouvir, falar, estar e olhar nos olhos daquela pessoa. Não sei ao certo o que se sente (e espero não vir a saber tão cedo), mas imagino. Ou se calhar não imagino. Se calhar é um sentimento difícil de calcular e de traduzir em palavras. Acredito que seja.

Mas dizia eu que não fiquei indiferente ao sucedido e não fiquei mesmo. Primeiro, porque sou hiper-mega-sensível e quase me desfaço em lágrimas ao primeiro abano (sou uma cocózinha, vá). Segundo, porque criam-se empatias. Seja pelos actores que "entram" pela nossa casa a dentro todos os dias, seja pelos apresentadores do nosso programa preferido, seja pelos jogadores do nosso clube do coração e, até mesmo, pelas pessoas que dão vida aos blogs que seguimos, criam-se laços, a tal empatia que quase nos faz sentir da família. E é isto que nos faz sorrir quando as noticias de quem acompanhamos são boas, e que nos faz sentir um frio na barriga quando as noticias são más. E terceiro... Porque perdemos um dos homens mais giiiiiiiiiiros e gaaaaatos do cinema (desculpa lá, Baby, mas é verdade).

Andava ansiosa por ver o filme. Porque gosto, como já disse, mas, especialmente, pela curiosidade em saber qual o rumo que iriam dar à personagem de Paull Walker, Brian O'Conner. O desfecho mais provável e óbvio seria a sua morte, e momentos para isso não faltaram. Mas não, o realizador optou por manter a sua personagem viva. Uma bonita forma de homenagear aquele que foi (e será sempre) uma das personagens míticas do filme. Um desfecho que jamais imaginei e que me comoveu bastante. Depois de quase duas horas com o coração aos pulos de emoção tal a adrenalina do filme, eis que chega ao fim e fica bem apertadinho.
Ir ver o filme por si só já foi um misto de emoções. Saber que aquela pessoa que está ali no ecrã já morreu, é estranho. O final do filme então... Foi muito comovente mesmo. Afinal, Brian (/Paul) não morreu, apenas seguiu um caminho diferente. Foi para um lugar melhor. E um dia, irão vê-lo novamente.

Foi o que Vin Diesel quis transmitir. E é o que a música diz. Não sei se esse lugar melhor existe, ou se não será um lugar pior. Ou se será lugar nenhum. Não sei se um dia voltamos a ver aqueles que partiram. Não sei se há um outro lugar onde todos nós voltamos a viver novamente. De uma forma diferente, mas a viver. Não sei. Mas gosto de acreditar que sim. 

A música que homenageia Paul Walker é linda, daquelas que toca cá dentro e arrepia do principio ao fim. Ver o video abaixo e conter as lágrimas é tão ou mais difícil que pintar as unhas da mão direita. Mas vejam. Porque é bonito. E porque faz acreditar que sim. Que... See you again.

Prefiro acreditar que sim.