Nunca fui radical no que ao meu visual diz respeito. Na verdade, nada na minha pessoa em si é dada a radicalismos. Mas, no que toca a cabelo é pior, bemmmm pior. Sempre o tive comprido, não tanto como agora, mas sempre comprido. No 5º ou 6º ano escolar fiz franja muito contrariada, mas a minha mãe achava que era giro (dava para esconder as borbulhas, menos mal). No 7º ou 8º ano, deu-se-me qualquer coisa (má) e decidi que queria cortar o cabelo à Joãozinho (pffffffff!!). Não sei de onde veio a ideia, talvez de uma das personagens das novelas juvenis da altura, New Waves, Malhações e assim. Paranóias de uma pré-adolescente, vá. A minha mãe não deixou (graaaaaaças a Deus), e, então, cortei o mais curto que me foi permitido, que foi um escadeado qualquer à linha do queixo. Na altura, sei que adorei, hoje, olho para as fotos e só me apetece esbofetear a minha mãe por ter permitido tal coisa. Foi a última vez que tive o cabelo curto, desde então, foi sempre a deixar crescer. As idas ao cabeleiro eram só para cortar pontas e ai de quem não entendesse o significado de "SÓ pontas". Ora escadeava mais à frente, ora fazia um escadeado mais acentuado atrás, ora dava um cheirinho de franja assim a tender para um dos lados e era isto, apenas e só. Aí há coisa de uns três/quatro anos deu-me para fazer umas madeixas loiras para quebrar a monotonia e não ser tão "vira-o-disco-e-toca-o-mesmo". Foi o meu primeiro e último momento loiro da vida, e a minha mudança de visual assim mais radical (para além do tal corte pelo queixo). Este é o breve resumo da história do meu cabelo.
Sempre achei que as mulheres ficavam mais bonitas de cabelo comprido (quando saudável e cuidado, claro). Não sei, acho que dá um ar mais sensual e feminino. E, quanto a mim, penso que é o que, realmente, mais me favorece. Sou relativamente alta, tenho rosto magrinho e pescoço de girafa, e acho que o cabelo longo compõe melhor a "coisa". Pode ser uma daquelas ideias feitas, mas é o que acho.
No entanto, desde o casamento que ando com vontade de dar um refresh. Para ser mais precisa, ando com ideias suicidas capilares e apetece-me dar umas naifadas neste meu precioso cabelo. Pode parecer estúpido, mas não é uma decisão fácil de tomar, principalmente, depois de anos e anos a ver-me de cabelos compridos. É muito tempo e cuidados investidos. E é muito amor. Já para não falar do trabalhão que dá, para agora ir tudo tesoura abaixo. Depois, estamos a falar do cabelo, repito, do C-A-B-E-L-O que é dos bens mais preciosos da mulher e que qualquer decisão mal tomada pode ser fatal.
Só para verem, já ando quase há três meses a pensar no assunto e até agora NADA. "Ah e tal, mas o cabelo creeeeesce, mulher de Deeeus" é o que vocês estão a pensar, MAS NÃO É BEM ASSIM, 'TÁ BEM?!! O meu cabelo tem sentimentos, 'TÁ?
O cabelo cresce, OK, mas demora séculos. E caso arrisque e não me adapte à mudança, vou andar SÉCULOS em modo ratazana deprimida. Já sei que muitas de vocês apostam numa mudança. Quero é ver se depois aturam o meu mau-humor e os meus momentos de depressão. Ah pois ééééééé, bebé!!
Isto tudo para dizer que, quando já me sentia disposta a mudar, lembrei-me que ainda não fizemos o "after day" e que, muito provavelmente, só o vamos fazer lá para a Primavera, que é quando as temperaturas estão mais propicias a estar de peito, braços e pés ao léu. Ironias da vida, hã. Uma pessoa leva uma eternidade a dar "O" passo e depois pufffff, não pode ser (será um sinal divino? tipo "nãooooo, estás louca, não cortes o cabelo"?).
No entanto, e como estou mesmo numa de mudar e é caso de "é agora ou nunca", apesar deste pequeno pormenor do "after day" acho que vou mesmo lançar-me à tesoura. 'Tá dito, 'tá dito. Afinal de contas, levei o cabelo solto no casamento e, para a sessão fotográfica, vou continuar a poder levar o cabelo solto. Ok, é certo que vai estar bem mais curto, mas desde que dê para colocar a headband (que dá) e para ondular (que dá), é o fundamental. A minha mãe até sugeriu que cortasse o cabelo no quarto crescente da lua, porque dizem que, depois, o cabelo cresce mais depressa. Não sei se é verdade ou mito, mas não custa nada tentar. Já estive a ver e a próxima é dia 18 de Dezembro. A ser, será nessa data. Data essa que ficará para a história da minha vida, não tenham a menor dúvida. Posto isto, tenho vinte e quatro dias para decidir o destino do meu cabelo. Aiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii, decisions, decisions.