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quinta-feira, 19 de março de 2015

Vidas (ou dramas) domésticas(os) (ou talvez questões de tempo ou falta dele)

É oficial: ando exaurida com a minha vidinha de doméstica. Eu, que antes não tinha que me preocupar com muito para além de fazer a cama, limpar o pó do meu quarto, lavar a casa de banho, pôr a mesa, aspirar a cozinha, (às vezes) ligar o fogão à hora x para o jantar começar a fazer (sim, já estava tudo preparadinho), (quando calhava, assim quando o rei fazia anos) fazer o jantar, de repente dou por mim em modo dona de casa desesperada e a ter TUDO por minha conta. Não desfazendo, claro que o Baby ajuda-me numa coisita ou outra, nomeadamente, limpa a trampa do gato e, de quando em vez, lava a loiça do jantar. Assim muiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiito raramente dá-lhe para fazer o jantar, o que por si só já é um verdadeiro peso fora dos ombros. Ah! No dia da faxina geral (sábado), e quando não tem trabalho da empresa, a casa-de-banho fica por conta dele (e bem já que deixa tudo a brilhar). Mas o grosso das tarefas domésticas é cá com a je. Vá, devo confessar que gosto de ser eu a fazer as coisas, gosto de ter a certeza que fica tudo nuns trinques e até gosto de vestir a pele de dona de casa. Não é disso que me queixo. Mas porra, há dias (todos) em que dava-me um jeitaço do caraças que as 24h do dia se multiplicassem. Apenas mais 24h já resolviam todos os meu dramas existenciais.

Entre o trabalho, o trabalho matinal de sábado-sim-sábado-não (deveres de filha), jantares para fazer, mil e uma tarefas domésticas (que dispensam apresentações) e ainda o tentar encaixar duas idas semanais ao ginásio, o tempo que sobra é muito pouco e às vezes (quase sempre) não chega para tudo o que gostava de fazer. É o tentar ter sempre a casa minimamente apresentável (o que com um gato dos diabos é praticamente impossível), são os jantares, são ainda os jantares que tenho de engendrar para que sobre para os dias do ginásio (ah pois que se chego a casa quase às 22h da noite e estafada da vida, está completamente fora de questão ir pegar nos tachos, sopa e redon é muito bom), é a roupa que se acumula, é o blog (que já é uma parte de mim e não dispenso por nada), e nisto, na rotina e na correria do dia-a-dia, a semana passa num ápice e sinto que muito ficou por fazer.

Quando penso que é no fim-de-semana que vou ter tempo para tudo o que pretendo, que vou poder andar nas calmas e fazer as minhas coisinhas mais à vontade, vai que surge sempre algo de novo para fazer, um compromisso, isto ou aquilo (e agora com o casamento para organizar, pior), que baralha-me logo o esquema.
Gostava de ter mais tempo para mim, para coisas tão básicas como arranjar as unhas (sem pressas), dar umas corridas (que bem preciso), ler um livro (que está a ganhar pó na mesinha-de-cabeceira) ou ver um filme. Adoro bater perna pelo shopping, lamber montras, ainda que seja só para lavar as vistas, mas quando o faço, inevitavelmente, algo vai ficar por fazer. Também gostava de ter mais tempo para me dedicar ao blog. Tenho algumas ideias em águas de bacalhau porque, por muito que queira, não consigo pôr em prática e vão ficando sempre para trás à espera de melhores dias. Gostava, ainda, de poder desfrutar do simples acto de alapar o rabo no sofá e fazer nenhum sem ter o fantasma "estás aí a vegetar mas olha que tens isto, aquilo e aqueloutro para fazer". Para além de tudo isto, tenho um namorado-quase-marido muito mimado que precisa de atenção e de mimos constantes.
São estes dias que parece que não chegam para nada de nada que me deixam a fervilhar de nervos. E quando penso que já é isto e não tenho filhos, quando os tiver...chamem o INEM p-o-r-f-a-v-o-r.

Resumidamente é isto. É este o drama do momento e o que me consome a alma quando penso no assunto. E bem sei que é tudo uma questão de organização e de estabelecer prioridades, mas não deixo de ter o sentimento de querer fazer tudo e mais alguma coisa e não conseguir.
Gostava de ter mais tempo para as coisas que gosto e para as coisas que sou obrigada a fazer (será pedir muito?). E é esta falta de tempo para encaixar tudo o que gostava de fazer e tudo o que devo fazer que dá cabe de mim e que me esfrangalha os nervos. Tem dias que só me apetecia não ser eu. Ser menos preocupada, menos cuidada, menos stressada, menos importada com o pêlo do gato pelo chão, menos importada com o pó e com a Torre Eiffel de roupa por passar, and so on, and so on.
Talvez seja só uma fase, mas, às vezes, sinto que a vida foge-me e que esta sangria desatada do dia-a-dia não me deixa desfrutar de cada momento como realmente gostava. E nisto, já é quinta-feira. Vai-se a ver e é fim-de-semana. E de repente já é segunda-feira, e a rotina começa mesmo antes de ter acabado. Oh biiiiiiida.
24-09-2013 15-51-22

35 comentários:

  1. Palavras que podiam ser minhas...

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  2. Subscrevo integralmente (juntando um bebé de 18 meses)...

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  3. Gata vou duas vezes por semana ao ginásio, tenho dois filhos com dois e seis anos que fazem tralha por tudo quanto e canto e um maridao que não faz ponta de corno portanto vê lá a minha vida e da t por feliz. Ah e faltou referir que trabalho ao sábado o único dia que me sobra e mesmo o domingo.

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  4. Comecei a morar sozinha há pouco tempo e este post podia ter sido escrito por mim! Para fazer tudo aquilo que quero tenho que andar numa correria o dia todo. Admiro imenso as pessoas que conseguem fazer isto tudo e ainda cuidar dos filhos. Espero um dia também ser assim :)

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  5. Bem....eu tenho um filho, trabalho, ando na faculdade e tenho um hóme que não faz rigorosamente nada em casa (também trabalha que nem um mouro), portanto considera-te com sorte! Um dia que tenhas filhos, minha querida gata, podes ter a certeza que vais ter saudades destes tempos! =)
    Beijinhos
    Sofia

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  6. Ufa que canseira! Compreendo! Os dias deveriam mesmo ter 48 horas! Assim se calhar já daria para fazer tudo o que queremos e precisamos! E ainda tenho um filho de 4 anos para cuidar e dar atenção! Somos super-mulheres!
    Pat

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  7. Quando leio testemunhos destes de "o meu homem não faz ponta de corno" dou conta que tenho um euromilhões em casa. Tenho sorte :)

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    1. cá em casa ele faz tanto como eu, mas eu não considero isso o euromilhões, para mim isso é o normal!

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  8. Como eu te percebo! Mas acho que isso é um mal geral, nunca temos tempo para tudo o que queremos... E penso que pessoas como tu e eu, que gostam de tudo bem feito e são super exigentes, preocupam-se mais. Mas é preciso é organização e não stressar, tudo se faz. :) E pede ajuda ao homem! :P

    http://entreosmeusdias.blogspot.pt

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  9. Por vezes as mulheres são responsáveis pelo outro ajudar só um bocadinho. As mulheres ainda têm enraizado o trabalho doméstico. Acontece que agora a mulher como o homem também trabalha. Devemos confiar, permitir que o outro tenha iniciativa.

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    1. Sou obrigada a concordar. Acho que as minhas costelas de dona de casa (sim, de certeza que tenho muitas) deixam-me com a mania que tenho de fazer tudo e mais alguma coisa e sem ajuda.

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    2. Não podia concordar mais. Há coisas que gosto de ser eu a tratar para ficar em condições (a 200% lol), tipo a roupa, lavar e passar. Mas tudo que ele possa fazer (sem supervisão ahah), como pôr a mesa, a loiça na máquina, arrumá-la quando limpa, aspirar, fazer a cama. E se há alguma coisa que ele faz mal (ou como eu não gosto), nunca digo para não fazer, digo sempre para compor e faz as vezes que for precisas para fazer em condições. Trabalhamos os dois, por que raio têm de ficar as tarefas todas para mim? E quando ele diz "eu ajudo-te", eu digo que não ajuda, não faz é mais do que a obrigação dele :)

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  10. Subscrevo completamente este post...

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  11. "And so ON, and so ON"!!! Certifique-se que escreve correctamente em inglês, ou então fique-se pelo português! E não, não sou o anónimo fofinho em modo corrector automático...

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    1. Deu para ver que não (ahahahah). Obrigadinha pela chamada de atenção, sim? Realmente, o inglês não é o meu forte (vai-se a ver, nem o português, ah! ah! ah!). Há males maiores (tipo o monte de roupa que me espera passar e o pêlo que cobre cada metro quadrado lá de casa, aiiiiiiiiiii).

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    2. Já ca faltava um destes! Lol

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  12. nem me fale, eu fico quase louca com tantos afazeres que nunca acabam, trabalhar fora de seg a sex, sabado fazer faxina e lavar roupa, nao sobra tem po p nada., o marido ate ajuda, mais eh do jeito dele, rsrsrs nao reclamo, mais nao fica do jeito que eu quero, tem horas que me estresso, e deixo tudo de lado, ai me estresso mais ainda por nao ter feito, rsrsrs eh um dilema.
    http://ornague.blogspot.com.br/

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  13. Ha dias que realmente deviam ter 48h!
    Acho que o truque é organização ! Em relação à casa, fazer as coisas sem se ser escrava!

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  14. Como eu te percebo.
    Ainda há dias me queixei do mesmo.

    Beijocas

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  15. Quando tiveres crianças à mistura, tudo piora, e mesmo assim terás de encontrar tempo para tudo. Vê o lado positivo e aproveita agora ;)

    http://adorosercomosou.blogspot.pt/

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  16. Been there... dois empregos, um doutoramento para acabar, um blogue e todas as lides domésticas inerentes. O que me vale é que tenho um marido que cozinha quase todos os dias e ajuda em tudo o resto.... saiu-me a sorte grande nesse aspeto ;)!

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  17. Como tão bem te entendo e eu ainda estou em casa da mãe com direito aos mimos todos. Muita força, mulher! Não desesperes ;)

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  18. É tudo uma questão de gerir bem o tempo ;D*

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  19. É revoltante ler que em 2015, ainda há maridos que , e cito "não fazem a ponta de um corno", ou que "ajudam um bocadinho" :(

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    1. E mesmo assim casam com eles...

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    2. Adoro como algumas ainda dizem, muito gratas, que eles ajudam. Como se já estivessem a assumir que as tarefas domésticas são função delas e que eles, tão beneméritos, até dão uma ajuda. A sério?!!?

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  20. Como eu te compreendo. Ainda esta semana falava com o meu marido disso. Não tenho tempo para nada.
    A semana passa a voar o fim de semana é passado a limpar e passar a ferro (sábado) e domingo almoço em família, mais um pequeno passeio e pronto já estamos na segunda-feira outra vez.

    Um beijinho***

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  21. Entendo perfeitamente isso dos gatos. Moro com o meu marido num T1 e temos doooois gatos (não sei onde tava a cabeça, a ideia era ter um apenas. Mas a outra la foi aparecer num motor de automóvel, e o meu marido todo fofo resgatou-a e pronto... La ficou).
    São uns amores mas realmente ou eu sou obcecada ou não posso ver um pêlo que seja, as vezes!
    Quanto ao meu marido, é um super marido. Ajuda me imenso! Neste momento só não ajuda mais, porque estou desempregada e não acho justo para ele. Mas quando estou empregada, é tarefas divididas.:)
    Beijinho

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  22. Nao acho normal, a sério que nao. E nem admiro as mulheres que se sujeitam a isso. Cá em casa, é tudo dividido e cada um dedica-se àquilo que menos detesta. Limpezas profundas, a dois, ao mesmo tempo. Em duas horas ao sábado de manha está feito. Limpezas do dia a dia, senso comum (um cozinha, outro lava a loiça, etc). Jantares ligeiros como se quer (sopa, legumes cozidos e fruta, iogurte com cereais, ou o que houver e que seja assim mesmo práctico (20 minutos máximo)). Dias de ginásio, trata ele obrigatoriamente do jantar. Dias em que ele vai correr, eu. Com esta divisao de tarefas, todas as noites bebemos um copo de vinho os dois, jogamos cartas, conversamos, lemos ou vemos um filme, depende dos dias. Ah, temos um aspirador daqueles automáticos que durante o dia aspira a casa. Nao é perfeito, mas com a esfregona a seguir, fica bem. E de um dia estivesse com alguém que nao fizesse nada, ou pagava uma empregada para me ajudar ou nao sei, nao sei. Super-mulheres: abram a pestana, mas é.

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    1. Até que enfim... subitamente pensei que tinha sido transportada para 1950...

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    2. Aplaudo este comentário. Exactamente igual ao que se passa comigo e com o meu namorado :)

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  23. As palavras chave são organização e delegação ;) já agora alguns truquezinhos que nos facilitem a vida. Lá no blog vou apresentando alguns... P quem quiser... Socorrovoumorarsozinha.blogspot.pt

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  24. Gostei imenso do blog ! (:
    Beijinhos

    http://themoschinogirl.blogspot.pt

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  25. Vivo com o meu namorado há 4 anos e antes de irmos viver juntos dizia-lhe sempre que não era empregada de ninguém, que tínhamos de ser os dois a fazer tudo. E assim foi, nunca tivemos discussões por causa disso, quando ele fazia algo que não ficava do meu agrado tratava de dizer-lhe e a próxima vez já corria melhor. A única tarefa que sou sempre eu a fazer é passar a ferro, e trato de o fazer durante a semana quando ele está no 2º trabalho. Os restantes dias, chegamos do trabalho, fazemos o nosso exercício físico, tratamos do jantar à vez, fazemos aquelas tarefas que não podemos adiar e depois aproveitamos o serão juntinhos. A relação fica muito a ganhar quando o casal trabalha como uma equipa em casa, não nos chateamos e aproveitamos melhor o tempo juntos. Eu não conseguiria viver com uma pessoa que não partilhasse as tarefas comigo e fico admirada/chocada com a quantidade de mulheres que matam-se a trabalhar e a fazer tudo em casa sozinhas.

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