Um 14 de Fevereiro diferente

Bem diferente do que tínhamos planeado. Um jantar romântico e um fim-de-semana in love pela Invicta era o que nos esperava. Era. Mas a vida prega partidas. E não escolhe datas. Para além de não ser previsível, num momento está tudo bem, no outro a seguir já está tudo mal. E foi o que nos aconteceu. O Baby, de um momento para o outro e sem razão aparente, começou a sangrar do nariz. Não era uma hemorragia qualquer, era bastante forte. Teve de ficar internado. 

Já tive imensas dores, já senti angústia, mas nunca nada igual. Nada como isto que sinto desde ontem. Nunca me vi numa situação idêntica. Nunca soube o que era ver o homem que amo sofrer, sofrer daquela maneira, sofrer tão intensamente, sem que eu pudesse fazer algo para o evitar. Sentir-me tão inútil, tão impotente, tão sem saber o que fazer para que ele não passasse pelo que estava a passar. Para que não sentisse metade daquele sufoco. Querer fazer tudo e saber que não podia fazer nada. Só estar ali, do lado dele. É angustiante. Dói no peito. É inexplicável. Ter de o deixar, vir embora e sentir aquele aperto cá dentro por não poder estar com ele 24h/24h. Por não saber o que poderia vir a acontecer entretanto. Passei a noite em claro, com o coração apertadinho. Não dá para descrever o que sinto. Não dá.

Se me disserem "não tiveram um dia dos namorados", eu digo que tive. Tive, mas foi diferente. Afinal, o amor é na saúde e na doença. É estar presente nos bons e maus momentos. É estar ali, do lado, de mão dada só para saber que eu estou ali. Para saber que não está sozinho. Mesmo que não possa dar uma palavra. Mesmo que não me possa responder ao que vou pronunciando para tentar mantê-lo abstraído da situação. Amor é isto. Agora falta a minha prenda: a rápida recuperação dele. É tudo o que mais desejo.