Já não há biquínis como antigamente

É à conclusão que chego quando entro nas lojas, ou quando me perco pelas redes sociais e vejo as típicas fotos "mete-nojo" de quem já anda a banhos. Ele é tiras e mais tiras, ele é atilhozinho ali, atilhozinho acolá, ele é mais um lacinho aqui, um folhozinho ali e umas franjinhas não sei onde. Ele é uma pessegada dos diabos, é o que é. A mulherada já é complicada por natureza, depois, ainda vêm o raio das modas ajudar à festa.

E isto começa-me a preocupar muito seriamente, ora pois claro que começa. Apoquenta-me o facto do biquíni tradicional (aqueeeeeele básicozinho, estão a ver?) estar em vias de extinção e quase não durmo a pensar nessa hipotética possibilidade. Mas atenção! Não é que não goste dos biquínis desta nova era, porque gosto e até lhes acho uma certa graça e bem que dão um ar super fashion e cool. Para um sunset na praia são óptimos. Mas... Não sei... Digamos que provocam-me alguns mixed feelings e não consigo deixar de pensar em três pequenos grandes pormenores: no antes, no durante e no depois. A saber:

- No antes: tenho a ligeira impressão de que vestir uma peça destas não é pêra doce. Enquanto que, no antigamente, bastavam dois segundos e estávamos prontíssimas para dar de frosques até à praia, agora, está já o sol a pôr-se e nós ainda a tentar perceber em qual dos buracos enfiamos a perna. É toda uma ciência à volta desta pequena maravilha que o melhor mesmo é vir com um livro de instruções, não vá alguém correr o risco de deixar uma maminha de fora.

- No durante: outro pequeno grande pormenor que me faz manter bem longe destes biquinis do demo, são as marcas (as do corpo, não do biquíni). As MAR-CAS, senhores, as MAAAAARCAS! Será que sou só eu que penso logo nelas, mal avisto um biquíni deste calibre? Ou acham giro ficar com o mapa mundo marcado no corpo? Também é capaz de dar jeito para uma jogatana de damas, mas eu cá dispenso. Já odeio aquele risquinho nas costas, fará uma obra de Picasso.

- No depois: há qualquer coisa que me diz que uma pessoa deve ver-se da cor da abelha para despir estes biquinóides. Estou a imaginar-me já deitada no chão, a fazer trinta e um por uma linha, para tentar ver-me livre de todos os atilhos e tiras e sei lá eu mais o quê, numa verdadeira luta contra o biquíni. Toda esta trabalheira depois de um dia de cansaço extremo a trabalhar para o bronze. Naaaaa, é que é jáááá a seguir!!

É por estas e por outras que vou continuar a ser uma reles gata, démodé e completamente alheia às modernices. Só espero que não me olhem de lado quando aparecer na praia com o meu sutimamas e cuecas impermeáveis.