O que restou da minha praia

É bem visível o rasto de destruição ao longo da nossa zona costeira, causada pelo mau tempo. Foram várias as noticias. O mar destruiu isto, o mar destruiu aquilo. Alertas para as ondas gigantes, alertas para o avanço do mar. A verdade é que não há nada que possa ir contra a força da natureza. Nada. No entanto, continuamos a não respeitá-la e a desafiá-la. Continuamos a não adoptar pequenos gestos que podem fazer toda a diferença, como por exemplo, reciclar. A verdade, é que a poluição está na origem da maior parte das catástrofes naturais e tudo o que podermos fazer é pouco. Imaginem se nada fizermos. Imaginem se continuarmos a ter atitudes pouco amigas do ambiente.
O avanço do mar é, simplesmente, assustador. E triste. É triste recordar a nossa praia, aquela onde passámos férias e vivemos momentos fantásticos, e vê-la no que ela se transformou. Ver o que ela foi e o que ela é. Uma praia que quase não existe dado o pouco areal que resta. Bares que também já não existem. Passadiços destruídos. É triste.

No inicio do ano, depois de ver imensas partilhas de fotos/vídeos no facebook, quis ir ver com os meus próprios olhos o que restou depois do mau tempo. Ver o que restou da minha praia. A minha praia de eleição. Não por ser a mais bonita, a mais isto ou aquilo, mas por ser a praia que me trás imensas recordações da minha adolescência. Boas recordações.

Praia da Barra, Aveiro (Janeiro 2014).

Foi isto que encontrei. Uma praia devastada pelo mar. Uma praia triste. Resta saber se toda esta destruição fica por aqui. É certo que toda aquela zona já foi mar, há muitos anos atrás. E segundo os populares "o mar vem buscar o que lhe pertence". Nunca fui de levar muito a sério este tipo de dizeres, mas a verdade é que dá para ficar a pensar. Esperemos que não. Esperemos que seja só, e apenas só, um ditado popular.